Horas trabalhadas na indústria paulista registram crescimento de 3,9% no 2°trimestre, indicam Fiesp e Ciesp

O mês de junho encerra o 2º trimestre com dados positivos para o setor industrial do estado de São Paulo, aponta o Levantamento de Conjuntura Fiesp/Ciesp. Destaca-se o crescimento de 3,9% das horas trabalhadas na produção em relação ao trimestre anterior. As vendas reais (+1,8%) e os salários reais médios (+0,2%) também avançaram na comparação entre os trimestres. Já o NUCI ficou relativamente estável ao crescer 0,1 p.p.. Dados dessazonalizados.

Na comparação mensal, as vendas reais da indústria de transformação paulista reverteram a perda ao crescer 2,1% em junho, após redução de 0,5% em maio. Os setores de produtos têxteis (+10,4%), de máquinas e equipamentos (+9,7%) e de alimentos (+5,5%) foram os que se destacaram. Todos os dados estão com ajuste sazonal.

As horas trabalhadas na produção (+1,2%), e os salários reais médios (+0,3%) também cresceram no mês, nos dados com tratamento sazonal. Já a utilização da capacidade instalada cresceu marginalmente em 0,1 p.p., ao passar de 80,3% em média para 80,4%.

Apesar dos dados positivos do último trimestre, as variações acumuladas em 12 meses demonstram um comportamento de alerta ao setor. As vendas reais tiveram retração no último levantamento, de 9,8% ante 8,9%. O mesmo ocorre com os salários reais médios que registram queda de 2,3% contra 2,0% do mês anterior. Já as horas trabalhadas na produção, apesar de contar com acumulado positivo até junho (+1,9%), apresentam tendência de desaceleração pelo nono mês consecutivo.

A liberação de recursos do FGTS, a antecipação da 1ª parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas e o retorno da atividade econômica à relativa normalidade, como é o caso dos setores de serviços e comércio, foram positivos para a economia nacional e tiveram efeito sobre a indústria paulista. Além disso, a medida de ampliação do Auxílio Brasil até dezembro deve ser observada como fator positivo para o aquecimento da economia.

Todavia, a inflação em 12 meses acima do teto da meta, o forte aumento dos juros, a incerteza fiscal, o período eleitoral, a desaceleração econômica global e o alto custo com as matérias-primas necessárias à produção são fatores que colaboram para o desaquecimento da atividade produtiva a partir do 2º semestre deste ano.

Sensor

O Sensor do mês de julho encerrou em 48,3 pontos, na série com ajuste sazonal, resultado inferior ao mês de maio quando marcou 49,4 pontos. Leituras abaixo de 50,0 pontos indicam retração da atividade industrial paulista no mês. Todos os componentes da pesquisa registraram dados abaixo dos 50,0 pontos em julho. O último mês em que houve situação semelhante foi em maio de 2020.

O indicador de mercado recuou 3,0 pontos, de 50,0 pontos para 47,0 pontos entre junho e julho. Valores abaixo dos 50,0 pontos indicam piora das condições de mercado.

Aos 49,8 pontos, o componente de vendas interrompe uma série de sete meses consecutivos de expectativas positivas do setor. Por estar abaixo dos 50,0 pontos, indica queda das vendas no mês.

O componente de estoque continua acima do planejado pelo sexto mês seguido, ao marcar 48,3 pontos em julho. Leituras superiores a 50,0 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores a 50,0 pontos indicam sobrestoque.

O índice de emprego ficou em 49,6 pontos ante 48,7 pontos da leitura anterior. O item permanece abaixo de 50,0 pontos pelo quinto mês seguido.

Por fim, o indicador de investimentos recuou 4,5 pontos em julho, ao encerrar aos 49,8 pontos contra 54,3 pontos do mês anterior. Por estar abaixo dos 50,0 pontos, há a expectativa de queda moderada dos investimentos por parte das indústrias paulistas no mês.

Fonte: Fiesp