O Sensor fecha julho em 47,2 pontos, o que representa redução da atividade industrial paulista no mês. O resultado é 0,8 ponto maior se comparado ao mês de junho (46,5 pontos). Leituras abaixo dos 50,0 pontos indicam queda da atividade.
O indicador de mercado (que representa o setor de atuação) registra 48,0 pontos no mês. Em comparação ao mês anterior (49,3 pontos), a queda é de 1,3 ponto. Por se manter abaixo da linha dos 50,0 pontos, o resultado indica piora das condições de mercado para a indústria paulista no mês, pelo quinto mês consecutivo.
Os estoques registram 41,7 pontos em julho e permanecem muito acima do planejado por mais um mês. O resultado é 2,1 pontos superior aos 39,6 pontos registrados em junho. No entanto, a permanência do indicador abaixo dos 50,0 pontos sinaliza os estoques acima do planejado desde o início de 2022.
O indicador de investimentos fecha julho com 48,6 pontos. O aumento de 3,1 pontos é a maior variação entre os componentes da pesquisa se comparado a junho, quando registrou 45,5 pontos. Apesar da forte elevação, o resultado permanece abaixo da linha dos 50,0 pontos e apresenta perspectiva de redução dos investimentos no mês.
As vendas mantêm o cenário de estabilidade em julho, ao registrar 49,9 pontos, o resultado é exatamente o mesmo do mês anterior. Leituras próximos dos 50,0 pontos apontam para estabilidade das vendas.
Por fim, o emprego registra 50,1 pontos, sendo o único componente do Sensor acima dos 50,0 pontos. O resultado muito próximo a linha dos 50,0 pontos também indica a estabilidade do emprego industrial paulista no mês.
Todos os dados acima contemplam o tratamento sazonal.
Mesmo com o cenário de estabilidade apresentado pelos indicadores de vendas e de emprego, a perspectiva de retração dos outros três componentes (mercado, estoques e investimentos) ditou a queda da atividade no mês.
Vale pontuar que a pesquisa de julho marca as perspectivas dos industriais paulistas para o primeiro mês do 2º semestre de 2023 e, novamente, fica evidente a influência negativa do ambiente restritivo gerado pela manutenção da taxa de juros em patamar elevado, prestes a completar um ano em 13,75%.
Por outro lado, a evolução benigna do nível geral de preços fortalece a expectativa de início do ciclo de afrouxamento da política monetária a partir de agosto.
Desta forma, é mantida a projeção da FIESP de queda de 0,5% da produção industrial em 2023.
Neste contexto, a FIESP reforça seu apoio: i) A Reforma Tributária, aprovada na Câmara no início deste mês; ii) A redução da SELIC a partir de agosto; iii) Ao fortalecimento dos canais de concessão de crédito, iv) A tomada de medidas voltadas a neoindustrialização; v) A criação de medidas que favoreçam um ambiente de investimentos em inovação, maquinário e que incrementem a produtividade da indústria brasileira no curto prazo.
Metodologia
O Sensor é uma pesquisa qualitativa de conjuntura econômica realizada desde 2006. Ela tem como objetivo captar informações do andamento da atividade da indústria de transformação durante o mês corrente da coleta de dados, eliminando as defasagens de tempo das tradicionais pesquisas de conjuntura. Hoje, participam da pesquisa cerca de 30 das principais indústrias de São Paulo.
Fonte: Fiesp