O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) divulgou a edição 2023 do Boletim da Aquicultura em Águas da União, na última semana do mês de outubro, em Brasília. De acordo com o relatório, a produção aquícola encerrou o ano de 2022 com 119,4 mil toneladas de pescados, entre peixes, moluscos, mexilhões, ostras, vieiras e algas. O número representa um aumento de 25% em relação aos dados já registrados em 2021.
“Isto mostra um cenário de crescimento para Aquicultura. São números que muitas vezes são difíceis de serem encontrados, pois existe ainda dificuldade na coleta deste tipo de informação, mas o balanço apresentado pelo MPA, sugere otimismo”, relata o pesquisador e vice-diretor do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Eduardo Medeiros.
Para Medeiros, no estado de São Paulo o esforço foi na ampliação de linhas de crédito para os pequenos aquicultores paulistas, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com o programa FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, que oferece linha de crédito para apoiar o Projeto de Aquicultura e Pesca Sustentável.
Segundo os dados que o boletim aponta, a atividade gerou em torno de 22 mil empregos, sendo 4.400 diretos e 17.600 indiretos, existindo até o presente momento 1.464 contratos vigentes entre a União e aquicultores brasileiros.
O aumento da produção, principalmente da tilápia, no estado de São Paulo, conforme relata o pesquisador, “se deve à alta do uso de grandes reservatórios de água com a modalidade de cultivo em tanques-rede, mas, também, são observadas pequenas iniciativas principalmente na produção de alevinos, na modalidade de Sistemas de Recirculação para Aquicultura (SRA) e no cultivo em tanques escavados”.
Nos reservatórios de hidrelétricas, a produção de peixes em tanques-rede atingiu 109.618,71 toneladas, correspondentes a 91,7% do total da produção aquícola em águas da União. De acordo com o Boletim, ao comparar a produção registrada em 2022 com a do ano anterior, a tilápia manteve a 1ª posição no ranking de volume, com crescimento de 29,05% em relação ao ano de 2021.
O reservatório que mais produziu peixes foi o da Ilha Solteira, na divisa dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, com produção total de 30,3 mil toneladas no ano analisado.
A produção de moluscos no mar, incluindo mexilhões, ostras e vieiras, foi de 9,2 mil toneladas. Entre os principais grupos de moluscos cultivados em águas da União foram o mexilhão (Perna perna) com 7.096,33 toneladas, correspondendo a 76,1% do volume total. Seguida da ostra do Pacífico (Crassostrea gigas) com 2.038,80 toneladas, as ostras nativas (Crassostrea spp.) com 173,89 toneladas, e as vieira (Nodipecten nodosus) com 16,88 toneladas.
Já a produção de algas totalizou 124 toneladas, com destaque para a Kappaphycus alvarezii como a principal espécie. A alga é matéria-prima para extração de carragena, espessante usado na indústria de alimentos.
Fonte: Assessoria de Imprensa MPA (Ministério de Pesca e Aquicultura)