O mês de maio será de muita incerteza no mercado de gorduras animais, tanto pelos tradicionais fatores de impacto nos preços, como na relação entre oferta e demanda no mercado interno e na influência do óleo de soja. Há também fatores novos, como a questão da mudança na concessão de créditos no cálculo de impostos da venda de biodiesel, a política do dólar soja na Argentina e o aumento das exportações de Sebo Bovino. Ponderando todos esses fatores, podemos considerar a tendência como baixista.
A escassez de Sebo Bovino (devido à queda nos abates no mês de março) e o aumento da produção de biodiesel (por conta do aumento da mistura) ocorrem no momento em que a colheita da soja está em seu auge, com grande volume de óleo de soja ofertado no mercado – principal matéria-prima do biodiesel.
Como o aumento da demanda está centralizado apenas no biodiesel, consideramos que o óleo de soja terá mais força para baixar os preços do mercado interno. Maio não contará com o efeito de compras spot e por isso já prevemos a média do preço do Sebo Bovino abaixo da média do preço do óleo de soja, voltando à correlação normal.
Mas com certeza o mercado voltará a aquecer, pois os Estados Unidos sempre foram vendedores de sebo, quando as indústrias de higiene e limpeza queriam forçar baixa no preço, traziam sebo dos Estados Unidos e derrubavam o mercado, porém hoje os EUA deixou de ser vendedor de sebo e passou a ser comprador, já está levando uma parte da produção de várias graxarias e a tendência é que o volume seja cada vez maior para poder abastecer a indústria americana na produção de biodiesel. Uma graxaria de São Paulo fez um teste exportando sua produção no mês de Março, o resultado foi excelente e o mercado americano após esse período de teste iniciará novos embarques em modo crescente.
Fonte: Editora Stilo