Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul sofrem com mortes e prejuízos materiais causados pelas chuvas acima da média
Apenas dois dias depois da enchente que atingiu grande parte da região metropolitana do Rio de Janeiro (14/1), foi a vez de Porto Alegre e mais 48 municípios do Rio Grande do Sul entrarem em situação de emergência. Fenômenos climáticos extremos são consequências do aquecimento global, fenômeno agravado pela emissão de gases do efeito estufa e pelo desmatamento.
As chuvas acumuladas na capital fluminense, apenas apenas em um dia, ultrapassaram os 200mm, quantidade superior à média para o mês de janeiro, que é de 140mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Segundo o Instituto, os dois estados poderão ser afetados por tempestades intensas e rajadas de ventos nos próximos dias. No Rio de Janeiro, além de deixar mais de 15 mil pessoas desabrigadas, a enchente causou, mais uma vez, enormes prejuízos materiais para famílias e empresas. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os prejuízos materiais causados pelas enchentes, em todo o país, ultrapassam R$ 55 bilhões no período de 2017 a 2022.
Preocupação crescente
Para 27% dos brasileiros, o combate ao aquecimento global/mudanças climáticas é prioridade. É o que aponta a pesquisa Sustentabilidade e Opinião Pública, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), lançada em dezembro de 2023. Ainda segundo a mesma pesquisa, para 23% dos entrevistados, as mudanças climáticas são a maior ameaça ao meio ambiente que o Brasil enfrenta atualmente.
Houve um significativo crescimento na percepção dos brasileiros em relação ao problema das mudanças climáticas. Na pesquisa de 2022, os resultados apontavam 16% (prioridade) e 12% (maior ameaça).
Adaptação
A CNI defende que os diferentes setores da economia brasileira precisam investir em mecanismos de resiliência e enfrentamento para se adaptarem às mudanças climáticas. A agenda de adaptação, no entanto, não substituirá a de mitigação por meio da redução das emissões de gases do efeito estufa, visando estabilizar a temperatura mundial.
Para a CNI, “a capacidade de adaptação às mudanças climáticas pela sociedade é condição para o desenvolvimento econômico no médio e longo prazos. A incorporação gradativa da pauta climática no planejamento das empresas é de suma importância para a melhoria da sua competitividade. O envolvimento das partes interessadas (governo, representações da sociedade civil e setor privado) na construção da estratégia nacional de adaptação às mudanças climáticas é de suma importância”.