Sincobesp promove reunião técnica sobre riscos psicossociais no trabalho durante a FENAGRA 2025

Durante a FENAGRA 2025, realizada no Anhembi entre os dias 13 e 15 de maio, o SINCOBESP promoveu uma importante reunião técnica para discussão de vários temas importantes para as Graxarias. Dentre eles, os desafios e as obrigações trazidas pela nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR1), que entra em vigor no dia 26 de maio de 2025. O especialista Robson Severiano abordou os chamados fatores de risco psicossociais no ambiente de trabalho.

“A minha intenção aqui é muito simples, é entendermos alguns pontos”, introduziu Severiano, ressaltando a necessidade de clareza sobre o que são, de fato, os fatores de risco psicossociais mencionados pela nova NR1. Segundo ele, embora a norma aborde o gerenciamento de riscos ocupacionais — que inclui agentes físicos, químicos, biológicos, riscos de acidentes e fatores psicossociais —, ela não especifica com precisão quais são esses fatores, o que tem gerado interpretações equivocadas.

“A NR1 trouxe um problema para nós. Porque ela trouxe esses fatores, mas não deixou claro, não expressou exatamente quais são”, alertou o especialista. Durante a palestra, Severiano esclareceu um ponto essencial: sintomas como ansiedade, depressão e estresse não são fatores de risco, mas sim consequências da exposição contínua a eles. “A ansiedade, a depressão e o próprio estresse já são o sintoma e não o fator de risco”, afirmou, destacando que essas condições já atingem mais de 15% da população brasileira, segundo estudos recentes.

Com base na análise de 37 estudos científicos, Severiano destacou três grandes fatores de risco psicossociais principais: trabalho não equilibrado; incerteza ocupacional e falta de valor e respeito no ambiente de trabalho. Esses fatores, por sua vez, se desdobram em outros riscos, como: jornadas de trabalho em horários atípicos; insegurança no emprego; estresse relacionado à função e mudanças organizacionais frequentes.

Além disso, outro levantamento, que revisou 72 artigos, identificou que a tensão no trabalho e as longas horas de jornada são os principais elementos que contribuem para o adoecimento mental dos trabalhadores, podendo inclusive aumentar os riscos de doenças coronárias, AVC e depressão.

Para Severiano, é fundamental que as empresas e profissionais da área estejam atentos a essas questões não apenas para cumprimento da norma, mas também como parte de um compromisso com a saúde integral dos colaboradores. “Nós queremos entender aqui que o fator de risco não necessariamente vai nascer no âmbito empresarial. Essa exposição também traz impacto na vida”, concluiu.

A iniciativa do SINCOBESP, ao promover esse espaço de atualização e troca de conhecimento técnico dentro de um evento de grande porte como a FENAGRA, demonstra o esforço do setor em se antecipar às novas exigências legais e promover ambientes de trabalho mais saudáveis e sustentáveis.